It's the economy stupid

Mesmo quando os debates são mornos

A trilogia magica

Prometido é devido

A dada altura da minha infancia os meus lanches foram uma experiencia místico-esotérica-filosofica que durou até uma adolescencia tardia. As tardes eram passadas a analisar as implicações cosmicas da simetria perfeita do triangulo. Era assim a modos como a mistura de um sacerdote egípcio e um druida celta continental (veja-se a simbologia do triskel).
O lanche com marmelada, banana e queijo.
Nessa altura o queijo era evidentemente flamengo e não essas piroseiras de roquefortes, camembertes ou serra da estrela feito a base de ovelhas numeradas dormindo com ar condicionado em colchões dunlop o tudo pago pela politica Agrícola comum). A banana e a marmelada eram assim dessas banais também. Nada de banana da Madeira ou banana das Canárias ou banana Cambuta. E a marmelada bem industrial.
Porque místico? Já pensaram como esses três elementos se completam perfeitamente e só estão completos juntos? Uma trilogia dos sentidos e da essência.

O sabor: dois doces e um salgado
A visão: dois brancos e um de cor
O processo: dois tratados e um natural

Isto forma um triangulo perfeito, de relações complementarias. Experimentem por na boca ao mesmo tempo só dois destes elementos. Uma sensação de vazio se cria. Algo falta que se torna ensurdecedor a medida que mais pensamos. Podem até se fazer esquemas para descrever as relações complexas à decifrar. Porque não pensem que se pode ficar por aqui. Outras relações existem: a essência dos elementos, a textura, a natureza cósmica...
Hoje querem-me convencer a integrar a maçonaria. Eu bem tento explicar que, depois de ter estado tão perto da perfeição do grande arquitecto, todos os rituais de iniciação não serão mais que serões aborrecidos, alternativas medíocres à introspecção catatónica das radiações catódicas das series da TVI.